ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA
SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
QUINTA LEGISLATURA, EM 12-11-2012.
Aos doze dias do mês de
novembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr.
Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim,
João Antonio Dib, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Luciano Marcantônio, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e
Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº
159/12 (Processo nº 2079/12), de autoria do vereador Alceu Brasinha; o Projeto
de Lei do Legislativo nº 156/12 (Processo nº 2042/12), de autoria do vereador
João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/12 (Processo nº
2213/12), de autoria do vereador Moacir Alankardec; e os Projetos de Lei do
Legislativo nos 164 e 167/12 (Processo nos 1960 e
2054/12, respectivamente), de autoria da vereadora Sofia Cavedon. Também, foi
apregoado o Ofício nº 954/12, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei
do Executivo nº 045/12 (Processo nº 2452/12). Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 049, 050, 052 e 053/12, do senhor Antonio José Gonçalves
Henriques, Diretor Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Após, o senhor
Presidente declarou empossado na vereança, no dia de hoje, o suplente Reginaldo
Pujol, em substituição ao vereador João Carlos Nedel, informando que Sua
Senhoria integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. A
seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor
Áureo Dutra Rodrigues, Presidente da Fundação Moab Caldas de Umbanda e
Africanismo, que discorreu sobre a 17ª Semana Umbandista e Africanista, a
ocorrer de quatorze a vinte de novembro do corrente, comentando dificuldades na
sua organização acarretadas pela Lei nº 11.213/12, que disciplina a realização de eventos no Largo Jornalista Glênio Peres. Em continuidade, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os vereadores Fernanda Melchionna, Toni Proença,
Carlos Todeschini, Airto Ferronato, Tarciso Flecha Negra, Alceu Brasinha e
Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Às
quatorze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e um minutos. Após, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do Dia Nacional da
Polônia, nos termos do Requerimento nº 077/12 (Processo nº 2384/12), de autoria
da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o vereador Haroldo de Souza, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre em exercício; o senhor Mauro Zacher, Prefeito
Municipal em exercício; os senhores Paulo Francisco Ratkiewcz e Mariano Hossa e
as senhoras Longuina Vitoria Konat e Helena Krolikowski, respectivamente
Presidente, Vice-Presidente, Presidenta do Conselho Deliberativo e Conselheira
da Sociedade Polônia; e o senhor Wilson Carlos Rodycz, desembargador aposentado
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo.
Também, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Mauro Zacher, que se
pronunciou acerca da presente solenidade. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra ao senhor Paulo Francisco Ratkiewcz, que agradeceu a
homenagem prestada por este Legislativo. Às quinze horas e dez minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
onze minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro
Pinheiro, duas vezes, João Antonio Dib, Idenir Cecchim e Elias Vidal. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Alceu Brasinha, José Freitas e João
Antonio Dib, este em tempo cedido pelo vereador Beto Moesch. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, em tempo cedido pelo
vereador Luiz Braz, e Márcio Bins Ely. Às
dezesseis horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 081/12 (Processo nº
2436/12), após ser encaminhado à votação pela vereadora Sofia Cavedon e pelos
vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini e Airto Ferronato. Em
Votação, foram aprovados os Requerimentos nos 079 e 080/12
(Processos nos 2426 e 2427/12, respectivamente). Em Discussão Geral
e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/12
(Processo nº 1816/12), o qual, após ser discutido pelo vereador Carlos
Todeschini e pela vereadora Fernanda Melchionna, teve adiada sua discussão por
uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do vereador Engenheiro
Comassetto. Às dezesseis horas e cinquenta e dois minutos, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/12, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 083 e 172/12; em 2ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/12, discutido pelos
vereadores Reginaldo Pujol e Carlos Todeschini, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 082, 100 e 163/12. Durante a Sessão, os vereadores
Mauro Pinheiro e Beto Moesch manifestaram-se acerca de assuntos diversos.
Também, foi registrada a presença, neste Plenário, do jornalista Wilson Müller.
Às dezessete horas e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pela vereadora Sofia Cavedon, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador
Haroldo de Souza e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos
senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Mesa declara
empossado o Suplente Ver. Reginaldo Pujol, nos termos regimentais, que
integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul, em substituição ao Ver. João Carlos Nedel.
Passamos à
A
Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à Semana Umbandista e
Africanista e os reflexos da Lei nº 11.213/2012.
O
Sr. Aureojoby Ògúnbíyí, representando a Fundação Moab Caldas de Umbanda e
Africanismo, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR.
AUREOJOBY ÒGÚNBÍYÍ: Meu motumbá a
todos os meus senhores, meu saravá, meu agô, meu mucuiu a todos; cumprimento o
Sr. Presidente da Câmara, o grande radialista Haroldo de Souza, os nobres e
excelentíssimos Vereadores e Vereadoras. Hoje, pela primeira vez ocupo esta
tribuna por uma coisa muito simples: há 19 anos, nós construímos na cidade de
Porto Alegre... Naquela época, estava tudo desconstruído em relação àquilo que
era religiosidade da umbanda e matriz africana; as pessoas estavam perdidas e
não tinham um direcionamento. Naquela época, com a ajuda do Prefeito Raul Pont,
nós começamos o primeiro ano de Semana Umbandista e Africanista no Largo Glênio
Peres. Quando nós desenvolvemos esse trabalho no Largo, por descuido, na hora,
eu fiz uma referência ao Largo Glênio Peres chamando-o de “Terreirão da Praça
XV”. Arrumei uma confusão; saiu no jornal Zero Hora, foram dizer para viúva do
Glênio Peres que eu queria trocar o Largo de nome. Por que ele é terreirão? É
por isso que estou hoje aqui, pedindo a reflexão e a ajuda de cada um dos Srs.
Vereadores. Por que terreirão?
Meu nome é Aureojoby Ògúnbíyí – Áureo
Dutra Rodrigues –, sou bisneto de africanos, de Lyá Kimaã Malê Orum; hoje eu
sou zelador de santo de um terreiro que tem 155 anos; sou a quarta geração lá
dentro, Presidente da Fundação Moab Caldas de Umbanda e Africanismo, que hoje
arregimenta 28.500 pessoas, 523 moradores de rua, 7 soropositivos e 10 idosos.
E qual foi a nossa surpresa? Quando fomos tirar a autorização para aquilo que
nós fazíamos, o nosso evento cívico e religioso todos os anos, foi restringido
o uso do espaço. Um evento que está no Calendário do Município. Agradecemos, na
época, ao Prefeito Fogaça, porque foi incluído no Calendário do Município, e,
hoje, conseguimos fazer uma coisa muito importante: dar visibilidade à nossa
religião, à nossa cultura, à nossa história e o respeito à nossa cidadania. E
qual foi a nossa surpresa? O nosso respeito à cidadania foi desrespeitado,
porque, quando nós fomos pedir os espaços para desenvolver o trabalho, ele nos
foi negado, foram nos dados somente três dias, e só um dia de som. Agora os
senhores imaginem: o nosso evento tem parte cultural, tem parte educacional,
mas ele é um evento cívico-religioso, e aqui, no art. 4º fala em espetáculo. A
nossa religião não é espetáculo. A nossa religião não é para que as pessoas
entendam isso como espetáculo circense. Eu estou defendendo aqui o uso e o
direito do Largo Glênio Peres, e quero contar com os Srs. Vereadores e à sua
sensibilização para que se mude essa Lei ou para que se faça um adendo para que
a parte cívico-religiosa seja respeitada.
Nós temos uma pira que hoje se tornou uma chama
itinerante na cidade de Porto Alegre. Ela, todos os anos, é acesa, e o nosso
Prefeito acende a pira, porque ela representa a civilidade religiosa.
Hoje, os senhores olham nos colégios, e não existe
mais Moral e Cívica. Então, o cidadão deixou de ser cidadão; o pai deixou de
ser pai, e a mãe não pode educar mais os seus filhos. E nós, quando vamos para
lá, o princípio educacional é de fazer com que a família se reúna em torno
dessa chama. Nós tivemos que destituir os nossos corais, tivemos que destituir
os nossos grupos de dança, tivemos que terminar com o concurso de corais, que
há oito anos acontece no Largo Glênio Peres, que hoje é estadual.
Então, o meu pedido aos senhores, eu, como cidadão
de Porto Alegre; eu, como pessoa e como representante de 93 entidades, entre as
federativas, as educacionais e comunitárias – e nós representamos 14 vilas:
Divineia, Pinto, Vargas, Cachorro Sentado, Morro da Cruz, Conceição, Pitinga,
Vila do Banco, Rocinha, Unidão, Renascença, Bom Sucesso, Vila do Cantão e a
Vila da Areia –, solicito, em nome dessa comunidade que hoje está prejudicada
por não poder fazer o evento, e apelando à sua sensibilidade, que, pelo menos
dessa vez, enquanto não mudar a Lei, que nós possamos usar a sonorização nos
dois dias, no mínimo, porque levantar os pavilhões nacionais, com a
representação de pessoas e autoridades de todo o Brasil que estarão ali, será
ridículo para a cidade de Porto Alegre. Nós estamos conclamando os nossos tambores,
já que nós não poderemos tocar o Hino Nacional usando a sonorização, os nossos
tambores o tocarão. Será uma quebra de realidade.
Quero também agradecer à nossa grande Presidente
Dilma Rousseff, que decretou a Lei nº 12.644; dia 15 de novembro é o Dia
Nacional da Umbanda em todo o País.
Cada um tem o seu credo, cada um segue o seu
caminho; o que não pode é desconstruir o caminho dos outros para seguir o seu
caminho – e isso é uma desconstrução de caminhos.
Esta Lei deveria ser melhor avaliada para saber
que, se o evento é cívico ou religioso, não é um espetáculo, não é circo, e
nisso eu peço a ajuda de V. Exas. neste momento. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Convido o Sr. Aureojoby, Presidente da Fundação
Moab Caldas de Umbanda e Africanismo, para compor a Mesa.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, pelo PSOL, em meu nome e do Ver.
Pedro Ruas, nós vimos, primeiro, parabenizar o Sr. Áureo pelo seu trabalho,
assim como todos os que estão organizando a Semana Umbandista e Africanista.
Quero dizer que é muito grave essa questão da Lei do Largo Glênio Peres em dois
aspectos. Primeiro, porque é uma discriminação a uma das religiões que mais se
identifica com a luta do povo brasileiro: a Umbanda. Nós temos que combater a
discriminação religiosa, e acho muito complicado que a Prefeitura proíba a
utilização de som em dois dias, que é o que os organizadores pedem, no mínimo,
para realizar uma semana, como fizeram em vários outros momentos, em vários
outros anos. Isso tem que ter o encaminhamento da Câmara de Vereadores. Faço,
pelo PSOL, o pedido para que o Líder do Governo entre em contato imediato com a
Prefeitura para que possamos garantir a sonorização nesse evento, que começa no
dia 15 de novembro. Inclusive, como bem falou V. Exa., é o Dia Nacional da
Umbanda no Brasil. Em segundo lugar, porque é uma tentativa de privatizar e
restringir o uso dos espaços públicos, seja para atividades cívico-religiosas,
seja para as atividades culturais do teatro, do artesanato, da economia
solidária. Essa Lei que restringe o uso do Largo Glênio Peres é uma lei
inconstitucional, um ataque à democracia, um ataque à cidade de Porto Alegre,
e, por isso, eu e o Pedro Ruas temos uma lei que busca revogar a Lei nº 11.213,
para que se devolva esse espaço para o povo da nossa Cidade. Podem contar com a
Bancada do PSOL nesta luta. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Registro que acompanha a Fundação Moab Caldas de
Umbanda e Africanismo, o jornalista Wilson Müller, velho amigo.
Seja bem-vindo a esta Casa.
O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado, Presidente. Eu queria saudar o Pai Áureo e, com ele, saudar
todos os religiosos que estão aqui acompanhando a nossa Sessão de hoje. O
espírito dessa Lei, Ver. João Dib, era justamente evitar feiras comerciais de
artesanato no Largo Glênio Peres e espetáculos artísticos, como shows. Esse era o espírito da Lei, e nunca evitar atividades
cívico-religiosas, como é o caso da desenvolvida aqui pela entidade que V.Sa.
representa. Portanto, eu conto com a sensibilidade do Governo para mudar essa
decisão e que tenham os dois dias de sonorização para que a comunidade de Porto
Alegre possa fazer a sua festa das religiões afrodescendentes aqui no Largo
Glênio Peres, que é o Largo de toda a Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, falo em nome da Bancada do PT, dos Vereadores
Comassetto, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon, Adeli Sell, Maria Celeste, e deste
Vereador. Cumprimento os representantes da Fundação Moab Caldas de Umbanda e
Africanismo, e a sua equipe que está presente – Templo, Luz e Caridade, o nosso
amado Sr. Áureo Dutra Rodrigues, Presidente, que dá continuidade à tradição de
trabalho, de assistência, de apoio e desenvolvimento espiritual de Porto Alegre
na nossa comunidade, da Grande Porto Alegre e até de fora do Estado. Foi muito
bem destacado pelo Presidente que a Semana Umbandista e Africanista, no Largo
Glênio Peres, tem praticamente duas décadas que foi instituída e tinha um
ritual que era respeitado, assim como todas as religiões são respeitadas e
devem ser respeitadas. Agora, o que nós não aceitamos é que, de novo, a exemplo da ditadura militar, os praticantes da
religião africanista sejam tratados com preconceito – porque é isto que, na
verdade, está acontecendo. Aquele espaço foi destinado à Coca-Cola, ao
Tatu-Bola como mascote da Copa, e, agora, para quem passar por lá, há uma casa
feita naquele espaço, inclusive com uma grande placa de patrocínio: “Empresa
Tal – Negócios Imobiliários”. Como isso pode e o que é legal, o que é da
tradição, que é do respeito e da cultura religiosa da Cidade está sendo
proibido? Por isso é muito grave a denúncia que nos traz o presidente, o Sr.
Aureo! Na verdade, o que está imperando, de novo, é o preconceito e a
discriminação, e nós não podemos aceitar isso! Esta Casa tem que fazer um
levante e dizer ao Prefeito que isso não dá; isso não serve; isso não pertence
a Porto Alegre! E essa Lei tem que ser mudada! O nosso voto, enquanto Bancada,
foi contra, à época. Até porque não é só a religião africanista que está sendo
discriminada, os artesãos também foram profundamente discriminados, porque
alguns outros poderosos foram privilegiados, e isso nós não podemos aceitar!
Conte com o apoio da nossa Bancada de forma integral e militante. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente; Sr.
Aureo, quero dizer da importância da sua presença e dos demais participantes na
Casa nesta tarde. A sua exposição merece uma reflexão toda especial. E nós, que
recentemente viemos de uma campanha política, tivemos a oportunidade de ver e
estar lá no Largo Glênio Peres também para uma série de atos, eventos e
manifestações de Partidos políticos. Então, se a presença de Partidos
aconteceu, nós não podemos, como o Executivo fez, radicalizar a ponto de mudar
a redação de uma lei e evitar todas as manifestações que Porto Alegre faz, faz bem,
precisa fazer e deve contar com o apoio dos cidadãos de Porto Alegre, e, antes
de mais nada, com o apoio da nossa Casa, a Câmara Municipal, e do Executivo.
Por isso estamos aqui para trazer um abraço, dizer que somos favoráveis ao
evento, que haja a sonorização, como o senhor está propondo, nesses dois dias.
Acho que é bom não só para os senhores, para a manifestação de umbanda e
africanista, mas é bom para a cidade de Porto Alegre refletir sobre esses
movimentos que a Cidade tem, precisa ter e que tem que continuar tendo.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Quero cumprimentar aqui o Pai Áureo pelo belíssimo trabalho que vem
fazendo diante da umbanda; conhecemos bem. Em nome da Bancada do PSD – em meu
nome, do Bernardino Vendruscolo e do Nelcir Tessaro – quero dizer que este
Vereador, que é descendente de africanos, neste Brasil que se diz livre, mas é
ainda muito puritano, tenho a preocupação, o medo da discriminação,
principalmente racial. O Brasil deve muito a nós negros. Quando eu digo a nós
negros, eu me refiro a todos aqueles negros que, assim como os meus avós,
ajudaram a construir este País. O Brasil nos deve muito; não dinheiro, deve-nos
dignidade. É isto que está faltando em nosso País. Continue com essa luta, Pai
Aureo, que terá, aqui, apoio da Bancada do PSD e deste Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Ver. Haroldo de Souza; Presidente Áureo, eu estava pensando que o problema
só foi adiado. No ano passado, o senhor já teve problemas, eu acompanhei V.
Sa., e até o Secretário nos recebeu. Isso é para vermos o quanto é importante
constar na lei. Quem sabe se o senhor nos tivesse procurado antes, teríamos
mais tempo para discutir.
O SR.
AUREOJOBY ÒGÚNBÍYÍ: Na época, no ano passado, o Ver. Brasinha nos
acompanhou, e aconteceu a mesma coisa: foi cerceado o direito dele, como
Parlamentar, de entrar nos Serviços de Próprios do Mercado Público. O senhor
que dirigia o proibiu de entrar, e eu disse que ele era um Parlamentar!
O SR. ALCEU
BRASINHA: O problema acontecia e continua acontecendo. Está na hora de os
Vereadores fazerem uma grande força e ajudarem a Entidade, que é importante
para o Rio Grande do Sul. Quero lhe dizer, Presidente Áureo Dutra Rodrigues,
que conte com o meu apoio; não podemos desistir de jeito nenhum! Vamos à luta e
vamos ganhar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do artigo 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador Haroldo, quero reforçar, em nome da oposição – pois já falaram
os Vereadores Carlos Todeschini e Fernanda Melchionna – que votamos contra
essas regras burocratizantes, que expulsam as manifestações sociais e
populares, principalmente as populares, do Largo Glênio Peres. Exatamente por
prever esse tipo de situação que o senhor, Presidente Áureo Dutra Rodrigues,
traz hoje aqui, e que nós, infelizmente, estamos vivendo por uma lógica de
humanização que este Governo divulga e que diz que faz, que na realidade não é
uma humanização, mas uma entrega do Mercado Público ao capitalismo. O uso do
bem mais precioso que a Cidade tem, que é o coração da Cidade, aquele espaço em
frente ao Mercado Público. Se formos lá agora, veremos que há uma casa, de onde
já foi retirado o cartaz da empresa que faz casas sob medida – que a está
transformando numa casa do Papai Noel –, mas já fizeram uma boa divulgação da
empresa, e aquele espaço é utilizado para propaganda de refrigerantes, para
negócios – ali no Mercado Público, que é um lugar da tradição da cultura afro!
Há uma exposição de automóveis dentro do Mercado Público! Está sendo dado um
destino, que não é o que o povo da Cidade quer, para os espaços comuns, tanto
que é uma manifestação pública, pelo direito à alegria pública nos espaços
públicos que agora se soma ao direito à manifestação religiosa em toda a sua
dimensão e intensidade. Então, queremos apoiar. Esta Lei está excluindo o que é
a manifestação do povo, da identidade do povo de Porto Alegre, quiçá do povo do
Rio Grande do Sul, pois a Feira da Economia Solidária também abarcava artesãos
e manifestações artísticas populares de todo Rio Grande do Sul, o que é uma
tarefa de uma Cidade-Capital. Quero me solidarizar, estaremos no combate para a
transformação dessa Lei, os artistas querem uma reunião para discutir esse tema
e, para encaminhar essa transformação, nós queremos convidar as religiões
africanas para estarem junto, pois estaremos juntos nessa transformação.
Parabéns!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Registro a
presença do Prefeito em exercício, Sr. Mauro Zacher. Ao mesmo tempo, encaminho
à assessoria do Sr. Alexandre, o Sr. Aureojoby Ògúnbíyí, para que possa ver
essa Lei, já que, dia 15, teremos essa movimentação.
Quero dizer aos
manifestantes que não achei falta de respeito, discriminação, acho que houve um
mal-entendido que será corrigido nas próximas horas, sem a necessidade de
maiores cobranças. Agradecemos a presença de todos. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h39min.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 14h41min): Estão
reabertos os trabalhos.
De oficio, o Sr. Presidente passa imediatamente às
Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do Dia Nacional da Polônia, nos termos do Requerimento nº 077/12 –
Processo nº 2384/12, de autoria da Mesa Diretora. Convidamos para compor a
Mesa: o Sr. Paulo Francisco Ratkiewcz, Presidente da Sociedade Polônia; o Ver.
Mauro Zacher, Prefeito em exercício de Porto Alegre; o Sr. Wilson Carlos
Rodycz, Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul; o
Sr. Mariano Hossa, Vice-Presidente da Sociedade Polônia; a Sra. Longuina
Vitoria Konat, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Polônia; a Sra.
Helena Krolikowski, Conselheira da Sociedade Polônia.
O Ver. Airto Ferronato, representando a Mesa
Diretora, está com a palavra em Comunicações.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, amigo Ver. Haroldo de Souza. (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Hoje, aqui na Câmara, comemoramos o
Dia Nacional da Polônia, e, ao falar da Polônia em Porto Alegre, neste dia,
certamente nós estamos falando em nome da Mesa Diretora da Câmara, em nome dos
Vereadores e Vereadoras de Porto Alegre; certamente nós estamos falando numa
bela parcela de cidadãos e de cidadãs gaúchas e porto-alegrenses de origem
polonesa.
Portanto, na festa que fizemos
aqui, hoje, no evento que estamos reverenciando aqui, também estamos,
primeiramente, falando sobre a nossa Polônia, o país, mas estamos também,
certamente, falando de uma parte importantíssima do Estado do Rio Grande do
Sul, que são os filhos descendentes, netos de poloneses que para cá vieram, que
aqui moram e que aqui vivem suas vidas.
Portanto, é importante para nós,
como Vereadores, representantes dos cidadãos da cidade de Porto Alegre,
estarmos aqui neste dia – não eu – todos nós, trazendo esta homenagem ao povo
polonês e dizendo que este evento não é pedido de um Vereador, mas um pedido da
sociedade de Porto Alegre, aprovado pela Mesa Diretora da Câmara Municipal,
aprovado pelos Vereadores de Porto Alegre, e é por isso que está acontecendo
aqui este nosso importante evento para a nossa Cidade e para os cidadãos
porto-alegrenses, até porque nós temos uma Lei Municipal que reverencia o Dia
Municipal da Polônia – Lei Municipal nº 8.353, de 1999. E o dia 11 de
novembro, feriado nacional de Independência, é celebrado para comemorar o
renascimento do Estado polonês depois de três partilhas feitas pela Áustria,
Prússia e Rússia, dividindo a República em duas Nações, lá nos anos de 1772 a
1795. É, a partir do final da 1ª Guerra Mundial, com o enfraquecimento dos
países da Partilha, que está associada à recuperação da independência da
Polônia, associada à pessoa do Marechal Josef Pilsudski, Chefe das legiões
polonesas, que lutavam nas frentes de batalha e que, liberado da prisão no dia
11 de novembro, dia em que acabou a 1ª Grande Guerra, é nomeado como chefe principal
das Forças Armadas. Os exércitos dos países da Partilha começaram o
desarmamento e se retiraram de Varsóvia. Foi nesse dia que acabou a 1ª Grande
Guerra Mundial. A coincidência dos acontecimentos contribuiu para que esse dia
fosse reconhecido como o início simbólico de um novo Estado polonês, daí porque
estamos nós aqui, Vereadoras e Vereadores de Porto Alegre, representando nosso
cidadão e nossa cidadã, como a própria Mesa hoje expressa, cidadãos gaúchos de
origem polonesa, todos nós aqui representando autoridades naquele evento, na
nossa cidade de Porto Alegre. Isso é o interessante de todo esse movimento e
deste momento, que é reverenciar autoridades gaúchas de origem polonesa;
referenciar, meu caro Prefeito Mauro, meu caro Presidente, cidadão e cidadão de
origem polonesa, gaúchos e porto-alegrenses; e referenciar e trazer um abraço
da nossa Porto Alegre ao nosso belo país, a Polônia de todos nós. Obrigado, um
abraço a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. Airto Ferronato.
O Sr. Mauro Zacher, Prefeito em exercício, está com
a palavra.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Este meu afastamento será por um período bastante curto, e
quero rapidamente voltar aos trabalhos da presidência da Casa, que está sendo
muito bem presidida pelo nosso Ver. Haroldo de Souza, no período em que estou
cumprindo esses dias em que o Prefeito Fortunati tira suas férias merecidas –
curtas, mas merecidas –, depois de uma campanha desgastante, no entanto,
vencedora.
Eu queria saudar também a Pipa e as “luluzinhas”,
que são do Clube Gondoleiros, mas são amigas da Sociedade Polônia, e também do
nosso 4º Distrito, o que redobra a minha alegria de poder dividir com meus
colegas de Mesa esta homenagem, que é no dia 11 de novembro, aos 123 anos do
Estado Polonês, quando a Polônia volta ao mapa da Europa. A chegada dos
poloneses se concentra muito no nosso 4º Distrito, onde está a Sociedade
Polônia, na Av. São Pedro com a Av. Pernambuco e também lá na Rua Santos
Dumont, para onde vieram os poloneses, que contribuíram muito com a história da
nossa Cidade. Vieram com qualidade, com capacitação técnica, com mão de obra especializada. Justamente ali, no berço da industrialização da nossa
Cidade, no 4º Distrito, ajudaram a construir a nossa Cidade, que consegue
reunir tantas outras congregações, tantas outras comunidades, que foram
fundamentais para a construção de Porto Alegre. Sem dúvida nenhuma, a presença
da comunidade polonesa no 4º Distrito tem um grande destaque. Eu poderia aqui
relembrar muitas coisas importantes, mas, fundamentalmente, esta: a
contribuição da comunidade polonesa no desenvolvimento industrial do País e da
Cidade no início do século. Quero relembrar também que consta no Calendário da
Cidade, que é uma proposta do nosso saudoso e querido Ver. Isaac Ainhorn, que
era amigo da comunidade polonesa, e, embora fosse judeu, tinha uma grande
relação com a Polônia. Então, é desta maneira, muito objetiva, que vim hoje
aqui sublinhar, juntamente com os meus colegas de Mesa, mas, sobretudo, com
esta Casa, a importante contribuição que a comunidade polonesa trouxe à nossa
Cidade, que tem sido uma comunidade sempre lembrada, sempre presente lá nas
nossas reuniões e atividades do nosso 4º Distrito, Presidente, vocês estão
sempre lá conosco, tentando contribuir, tentando fazer que a sociedade não seja
apenas um encontro daquela comunidade, mas que seja também um espaço de
contribuição ao crescimento do Bairro e da Cidade. E é por isso que, quando nós
fizemos uma homenagem, tenta-se, de alguma maneira, resgatar a história desse
povo, mas, sobretudo, resgatar e sublinhar aqui a importância de vocês na
construção da cidade de Porto Alegre.
Então, a Câmara
Municipal e a Mesa Diretora fazem esta homenagem justamente para agradecer
àqueles que contribuem com o desenvolvimento e estão sempre dispostos a
contribuir para um futuro melhor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente,
Ver. Haroldo de Souza; meu caro Ver. Mauro Zacher, Prefeito em exercício. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Senhoras e senhores, colegas Vereadoras
e Vereadores, é um grande prazer poder usar a tribuna, exatamente neste dia em
que estou inscrito para falar em Comunicações, para dizer algumas palavras em
homenagem aos poloneses, esses bravos imigrantes que de longe vieram e
trouxeram uma grande contribuição cultural, histórica e econômica para o Estado
do Rio Grande do Sul, e, de modo especial, como já disse o Ver. Mauro, para
Porto Alegre, no 4º Distrito. Também é importante para que eu possa dizer do
meu apreço por toda essa história.
Os poloneses tiveram momentos tremendamente
difíceis no seu País, que, muitas vezes, foi retaliado, cortado, agregado,
desmembrado, e passou por inúmeras turbulências como outros países europeus
passaram, especialmente seu povo. Porque, no momento em que a Europa estava em
um determinado patamar de desenvolvimento, muitas pessoas que lá viviam se
tornaram aquilo que hoje se chama de underclass,
uma classe subalterna, uma classe de desvalidos, uma classe de pessoas
descartáveis. E essas pessoas tinham uma grande contribuição a dar, porque
trabalhavam e lutavam pelo seu bem-estar social e das suas famílias na Europa.
Foram levados ao Novo Mundo e aqui mostraram que não faziam parte de qualquer
classe, era uma classe de guerreiros, uma classe de valorosos homens e mulheres
que souberam, a partir do seu trabalho cotidiano e principalmente do seu
espírito comunitário, vencer todas essas agruras. Hoje, infelizmente, a gente
vê, neste mundo planetarizado, novamente grandes legiões de pessoas, que os
cientistas sociais, que os economistas chamam de underclass. São essas pessoas pelas quais nós temos que ter um
olhar, porque, no passado, quando não se teve o devido olhar, essas pessoas
foram jogadas, muitas vezes, em outras terras, em terras distantes, mas
souberam fazer a sua vida, a vida de gerações futuras, e engrandeceram, no
caso, a Nação brasileira.
A contribuição em várias profissões e a sua
contribuição no mundo da cultura eu quero destacar brevemente: os aspectos da
dança, os aspectos da culinária, são, na minha opinião, aqueles dois que mais
me atraem, pessoalmente.
Eu quero, portanto, dizer à Sociedade Polônia e a
todas as entidades que congregam o povo polonês que continuem lutando
bravamente, porque nós vamos pedir, sim, à Municipalidade, Ver. Mauro, que
colabore para o desenvolvimento pleno dessas questões na cidade de Porto
Alegre. Nós deveríamos ter, sem dúvida nenhuma, um grande festival das nações,
um grande festival, talvez dividido por várias etnias, mas com incentivo direto
do Poder Público Municipal e Estadual. E eu pergunto: por que a Secretaria de
Turismo do Estado e do Município e a Secretaria de Cultura do Estado e do
Município não se juntam à sociedade de poloneses para fazer que tenhamos, no
dia 11 de novembro, uma grande atividade estadual em Porto Alegre? Espaços
públicos existem, espaços de parceria existem, quiçá nós tenhamos um grande
festival de culinária polonesa. Sou o primeiro a ser inscrito, por favor, não
me deixem de fora.
E, finalmente, quero lembrar que os meus
antepassados saíram de lá. Eu descobri, muito recentemente, a origem verdadeira
e real da família Sell, da qual eu sou oriundo. Descobri que era de uma região
da antiga Pomerânia, que hoje pertenceria à Cidade de Damerow, que fica na
Polônia. Portanto, em certo sentido, somos irmãos e camaradas. Para mim é um
privilégio poder estar aqui hoje, falar neste período de Comunicações, louvar o
espírito comunitário e guerreiro do povo polonês que, no passado, foi
considerado underclass, jogado no
mundo novo, e hoje mostrou que é uma classe de verdade. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Aproveito também este período de Comunicações para cumprimentá-los
efusivamente, em nome da Bancada do PSD. Hoje pela manhã, ainda lia nos
veículos de comunicação, quando se falava da 1ª Guerra Mundial.
O Ver. Adeli Sell falou das demais origens dos
povos europeus, também dos asiáticos, que vieram povoar este chão. Como
italiano que sou, toda vez que tenho oportunidade faço referência a esses
bravos que buscaram, numa outra pátria, fazer a vida.
Aqui, nesta Casa, Ver. Cecchim, posso dizer que sou
Cecchim também, sou Calegari, Grigulo, Vendruscolo. Não é demais fazer um
registro: dos quatros lados do italiano, tenho 58 anos, eu falo muito pouco
italiano, porque venho de um local – Cidades de Frederico Westphalen e Iraí –,
onde, na minha infância, era perigoso falar outra língua. Vejam só, era muito
perigoso, depois era muito feio! Vejam o que fizeram. Há resquícios da 2ª
Guerra Mundial, com certeza absoluta.
Mas, ao cumprimentá-los, quero fazer um apelo:
nesta Casa, há um Projeto, de minha autoria – hoje é Lei –, que busca criar um
Parque Temático da Cultura e Folclore. E eu tenho tido uma incapacidade muito
grande, comunicador Burd, porque eu não consegui, até hoje, mostrar que esse
Parque Temático da Cultura e Folclore tem o objetivo de contemplar todas as
etnias que povoaram nosso Estado. Não é algo fechado, não é algo que vá
contemplar somente os galpões, os CTGs, não é algo que vá contemplar somente
quem anda pilchado, é alguma coisa bem maior que pretende mostrar arte, usos e
costumes de todos os povos, a culinária. Como eu tenho sido incapaz de
sensibilizar todos e de mostrar qual é o nosso objetivo! Felizmente nesta Casa,
com meus colegas Vereadores, depois de longos debates, nós aprovamos a criação,
através de Parceria Público-Privada, da possibilidade de se ter, aqui nesta
Cidade, um parque temático da cultura e do folclore. Infelizmente não temos,
hoje, aqui em Porto Alegre e na maioria das cidades do nosso Estado, os
encontros, as festas com o objetivo de mostrar a cultura dos povos que
trouxeram a riqueza ao nosso Estado. O nosso Estado é riquíssimo porque
contempla a cultura de vários povos; o nosso Estado já foi, e ainda é o que é,
porque contempla no seu bojo, a força das etnias que vieram para trabalhar –
para trabalhar! –, basta vermos o progresso nos locais que têm, na base do seu
povo, tanto os poloneses como os alemães, os italianos, os japoneses, enfim...
Por isso, Ver. Haroldo de Souza, tenho que me conter porque, quando falo das
etnias que povoaram este Estado, eu me emociono. Parabéns a todos vocês,
poloneses! Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Sr. Paulo Francisco Ratkiewcz, Presidente da
Sociedade Polônia, está com a palavra.
O SR. PAULO FRANCISCO RATKIEWCZ: Boa-tarde a todos! Exmo. Sr. Ver. Haroldo de Souza, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sr. Mauro Zacher, Exmo Sr. Prefeito em exercício da cidade de Porto Alegre; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, muita coisa já foi dita aqui nesta assembleia; só me resta agradecer a todos pelas palavras amáveis e por lembrarem esta data tão importante para o povo polonês. Eu, na modesta condição de Presidente da Sociedade, de alguma forma represento esses descendentes poloneses de toda a Capital e do Estado. Agradeço também pela lembrança do trabalho da comunidade polonesa no 4º Distrito que ali se estabeleceu, no caso de Porto Alegre. Na época em que aquele 4º Distrito era uma região eminentemente industrial e em desenvolvimento, ali muitos poloneses haviam trazido do seu país de origem habilidades,
conhecimentos de máquinas, construção de máquinas, operação de
máquinas, que, na oportunidade, estavam sendo implantados naquele bairro.
Eu queria agradecer também a presença de nossos
amigos do 4º Distrito, na figura da Pipa e dos demais elementos da Sociedade
Gondoleiros, que também sempre nos prestigiaram, e dizer a todos que eu me
sinto honrado por ter recebido este convite e por esta lembrança tão importante
para toda comunidade polonesa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Agradecemos a presença das senhoras e dos senhores
e do Prefeito em exercício, Ver. Mauro Zacher, e damos por encerrada esta
homenagem.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h10min.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de
Souza – às 15h11min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Haroldo de Souza, nosso Presidente; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, público das galerias, venho,
mais uma vez, aqui fazer uma reflexão, junto com os nobres Vereadores, a
respeito de uma suspeita de fraude na Carris; mais uma, Ver. Tessaro.
(Procede-se à apresentação de PowerPoint.) No dia 28 de junho, a Carris abriu
uma licitação para a contratação de uma empresa integradora de estágios.
Participaram da licitação três empresas: a Associação do Desenvolvimento Econômico,
Social e Cultural, o Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE –, e o
Instituto Eccos, de Camaquã. Por sinal, o Instituto Eccos, de Camaquã, até
pouco tempo era um time de futebol que foi transformado em um instituto. O
Instituto Eccos, que foi o vencedor da licitação, Ver. João Antonio Dib,
apresentou, para se habilitar no processo licitatório da Carris, dois atestados
de empresas que teriam sido clientes no Instituto anteriormente. Os dois
atestados são da Federação Gaúcha de Futebol Amador e da Empresa GHB Marketing
Esportivo Ltda.
Identificamos, Vereadores, uma série de
coincidências entre as duas declarações. Os textos das duas declarações, de
empresas diferentes, são exatamente iguais, Ver. Cecchim! A empresa GHB
informou que firmou o convênio nº 21/2012 com o Instituto Eccos e que esse
convênio teve um termo aditivo. Está no documento. A Federação Gaúcha de
Futebol Amador informa que firmou o convênio nº 22/2012 com o Instituto Eccos e
que esse convênio também teve um termo aditivo. Ambas empresas ofereceram uma
bolsa de estágio no mesmo valor: R$ 800,00. A declaração da GHB, com sede em
Guaíba, foi datada da seguinte forma: “Camaquã, 18 de janeiro de 2012” – Só que
a empresa GHB é de Guaíba! Mas, na declaração, vocês poderão ver no PowerPoint,
diz “Camaquã, 18 de janeiro de 2012”.
A declaração da Federação Gaúcha de Futebol Amador,
com sede em Porto Alegre, foi datada da seguinte forma: “Camaquã, 26 de janeiro
de 2012”. Parece-me que, na hora de colar, confundiram-se um pouquinho,
Vereador. A declaração da Federação Gaúcha de Futebol Amador – está aí o
atestado, foi apresentado, vocês podem acompanhar –, o documento informa na
parte de cima: “Federação Gaúcha de Futebol”, vê-se o CPNJ, “Rua Gonçalves
Dias, 628, sala 25, Bairro Menino Deus”. A data está ali, como eu disse
anteriormente: “Camaquã, 26 de janeiro de 2012”, mas ela é de Porto Alegre.
Esta é a foto do endereço da empresa que deu o
atestado, que fica lá no CETE, na Rua Gonçalves Dias, conforme dito
anteriormente. O pessoal da Administração do CETE nos informou que a sala nº 25
não é ocupada há alguns anos, e não está em funcionamento atualmente! E também,
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nem caberiam os estagiários naquele espaço
que é o endereço da Federação Gaúcha de Futebol Amador.
Há suspeitas de fraude na Carris, também da empresa
GHB Marketing Esportivo Ltda. Vamos ver a foto também de onde funcionaria a
empresa GHB. Este é o atestado, que, como já falamos anteriormente, é o mesmo
atestado da Federação Gaúcha de Futebol Amador, com a mesma data e sua
localização. Esta é a foto de onde funcionaria a empresa GHB, na Rua 14 de
Outubro, 188, Guaíba. Quem na verdade está lá é Costa Assessoria Contábil, que
nos disse que não conhecia nenhuma GHB. Pois esse é o endereço da GHB, onde
funciona essa empresa de contabilidade. Quer dizer que o endereço existe, mas
com uma outra empresa.
Da mesma forma, no caso da suposta Federação Gaúcha
de Futebol Amador, local onde deveria funcionar a GHB, com dez estagiários, o
espaço não comportaria esse número de pessoas, Ver. João Antonio Dib. Então,
essas são algumas das coincidências nos atestados dessa empresa.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Para concluir.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado, Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Mauro
Pinheiro prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação
de Líder, pela oposição.
O SR. MAURO PINHEIRO: Muito obrigado, Presidente. As coincidências não terminam por aí, Líder
do Governo, Ver. João Antonio Dib. A pessoa que assina como Presidente da
Federação Gaúcha de Futebol Amador, Sr. Márcio Leandro da Costa, também é dono
de um escritório de contabilidade em Guaíba, onde deveria funcionar a empresa
GHB. Então, naquele local, em Guaíba, onde estaria a empresa GHB, funciona uma
empresa de contabilidade, que assinou atestado da Federação de Futebol Amador,
que deveria funcionar aqui em Porto Alegre.
Mais uma
coincidência, Ver. Waldir Canal, o Sr. Italgani Mendes – aquele mesmo
que esteve aqui na CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho – foi o representante do
Instituto Eccos na licitação. E mais ainda: o Sr. Italgani Mendes, que
representou o Instituto Eccos, também é sócio da GHB, que deu o atestado para o
Instituto Eccos, e foi o representante do Instituo Eccos na licitação. Então,
temos uma série de coincidências nessa licitação! Temos aqui um caso de
autoatestado, pois o Sr. Italgani é sócio da GHB e assina um atestado para o
Eccos participar de uma licitação.
Isso parece muita coincidência nessa licitação, Ver. João Antonio Dib! Eu fico
preocupado com tantas coincidências negativas numa única licitação! Parece,
então, que a empresa GHB e a Federação Gaúcha de Futebol Amador são empresas
fantasmas, que nunca funcionaram, mas, mesmo assim, forneceram atestados que
foram aceitos pela Carris! São empresas fantasmas que apresentam atestados de
um Instituto – que foi transformado de time de futebol para Instituto – para
participar de uma concorrência. Por diversas coincidências, temos atestados de
empresas que não existem, Ver. Brasinha! Isso, no mínimo, deve nos deixar
preocupados, Ver. Cecchim, pois esses atestados foram aceitos!
Então, acreditamos que a Carris e a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre ou foram ludibriadas novamente pelo Sr. Italgani
Mendes ou foram coniventes. Então, esperamos que tanto a Carris quanto a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre tomem mais cuidado, Ver. João Antonio Dib,
na aceitação de documentos na hora de suas licitações. Esperamos que não tenha
havido má-fé por parte da Prefeitura nessa licitação. Esperamos que sejam
tomadas as providências, e nós também vamos tomar as nossas, entregando essa
documentação no Ministério Público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo Joaquim de Souza; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, em primeiro lugar, eu preciso
cumprimentar o Ver. Mauro Pinheiro por sua obsessão pelo erro, pela falha, pela
denúncia, tanto que ele preside uma Comissão de Inquérito, faz o relatório,
pergunta para o Ministério Público o que estava acontecendo lá, pergunta para a
Polícia Federal, e antes do Relator, ele manda o Relatório. O homem é dos sete
instrumentos.
Eu assisti à ansiedade dele na quinta-feira, porque
ele queria fazer essa magnífica denúncia da não existência de empresas, de
documentos, de autodocumento; ele usou a expressão autoelogio – o próprio
elogiava a sua empresa. Bem, eu também poderia perguntar para ele se há
existência do contrato nessa licitação que ele tanto fala. E aí ele ficaria,
talvez, preocupado. Não existe um contrato; não aconteceu. Agora, essa obsessão
é realmente demonstrada hoje, documentada, porque este pronunciamento que ele
fez aí hoje, não é a primeira vez. Foi tão importante que eu confesso que não
dei maior atenção. Eu tenho na minha mesa os mesmos documentos que ele me
entregou há duas ou três semanas. Eu pensei, honestamente, quando me foi dito
aqui que virão violentas acusações à Carris, que ia acontecer alguma coisa, mas
não aconteceu nada. A montanha pariu um rato. Ele não tinha nada para dizer e
usou dez minutos. E eu vou encerrar antes de completar dois minutos, porque não
tinha nada para dizer em relação ao que ele falou aí. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. O Ver. João Antonio
Dib, no alto de sua experiência, e mais do que isso, da sua sabedoria, fez
muito bem em não usar cinco minutos para responder ao que o Ver. Mauro Pinheiro
falou aqui, porque realmente não precisa de tempo algum para responder a uma coisa
que não aconteceu. Responder a uma coisa que não aconteceu, Ver. João Antonio
Dib; o senhor fez muito bem em não responder.
Eu, como tenho muito respeito pelo Ver. Mauro
Pinheiro, nós frequentamos os mesmos bailes; no Lindoia, no último sábado,
quase dançamos. Eu queria dizer, Ver. João Dib, que o Ver. Mauro Pinheiro se
resguardou. Ele disse: “suspeita de fraude”. Já está melhorando; melhorou muito
o Ver. Mauro Pinheiro que teve bom-senso, ele é um homem de bom-senso, mas, às
vezes ele é levado por alguma troupe
que se preocupa em denunciar até aquilo que não existe. Acho que essas
barbeiragens que algumas empresas fazem apresentando atestados, não dão para se
levar em conta, ainda mais quando o contrato não foi assinado. A Carris fez
aquilo que devia fazer. É o segundo lugar que está sendo chamado para fazer
esse contrato, Ver. Mauro Pinheiro, só para informá-lo. Provavelmente, se o
senhor soubesse disso, não teria nem feito a denúncia. Acho que essas
denúncias, essa relação que o senhor tem com o Dr. Italgani, tem que ser
resolvida. Eu não entro nessa parte. Não sei se há uma relação de ódio, amor,
ou nada disso, mas essa relação não cabe a nós discutirmos aqui na Câmara de
Vereadores. Aqui temos que discutir as coisas que acontecem, Ver. Cassiá. Essa coisa
não aconteceu. Vai reclamar do quê? Vai fazer o quê? Se não há contrato, se não
foi contratado...
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Não foi anulado, Ver.ª Sofia Cavedon! A senhora estava gritando: “Isso é
grave!” Mas, não, essa empresa não foi contratada! Não foi! Certamente, todo
servidor público responsável olha todos os documentos antes de fazer o
contrato! E quem está assumindo, quem está sendo chamado para fazer essa
contratação é o segundo lugar. Não sei se foi o CIEE ou a ADESC. Assim, não tem
nada para ser revisto, Ver. Mauro Pinheiro. Acho que V. Exa., que é um bom
Vereador desta Cidade, poderia se ocupar com algumas coisas importantes que
temos a fazer na Zona Norte, por exemplo: cuidar do arroio Sarandi, da Av. Ten.
Ary Tarrago, que está recebendo investimentos enormes do setor imobiliário,
precisa ser feita alguma infraestrutura. Tem tanta coisa com que precisamos nos
preocupar e parar um pouco com esse denuncismo. Certamente, V. Exa. tem uma boa
assessoria para fazer proposições para a cidade de Porto Alegre e não só fazer
denúncias, principalmente denúncias infundadas, que eu penso que devem ser
resolvidas, mas não aqui. Ver. Mauro Pinheiro, a sua relação com o Italgani não
é aqui que vocês devem resolver: é noutro lugar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: Como fui citado pelo Ver. João Antonio Dib e pelo Ver. Idenir Cecchim,
que disseram que não existe contrato, vou passar às mãos do Líder do Governo o
contrato que foi assinado pela Companhia Carris Porto-Alegrense com o Instituto
Eccos; está aqui nas minhas mãos, e o passo ao Líder do Governo. Obrigado.
(O Ver. Mauro Pinheiro procede à entrega de
documento ao Ver. João Antonio Dib.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, realmente penso que o Ver. Mauro Pinheiro gostaria de ser um
investigador da polícia. Quem sabe o senhor não faz essa opção, Vereador? O
senhor deveria seguir a carreira policial. Há concursos, enfim. E o nosso
Governador está precisando de pessoas qualificadas como o senhor para
trabalhar, para investigar pelo Rio Grande, porque realmente o senhor gosta de
um futrico, que não é mole.
Eu sempre admirei muito V. Exa. quando batia no
Walmart; mas, de um tempo para cá, o senhor não falou mais neles. Eu não
entendo o porquê! Ver. Mauro Pinheiro, eu sou um que não gosto do Carrefour.
Não gosto, e acho que eles quebram todas as lojas pequenas, o grupo Walmart e o
Carrefour. Eu gostava muito do Ver. Mauro Pinheiro, porque ele batia, era
contra esses grandes. E nunca mais ele falou. O que aconteceu? Será que ele
está do lado deles?
Eu quero falar das coisas boas que acontecem nesta
Cidade. É motivo de alegria e satisfação que
cada vez mais o meu Grêmio mostra o tamanho que é, Ver. Haroldo de Souza.
Ontem, fez um verdadeiro espetáculo aqui em Porto Alegre, emocionando mais de
40 mil pessoas que lá estiveram no velho casarão, como diz o Pedro Ernesto
Denardim, o velho casarão que continua dando espetáculo no Rio Grande do Sul.
Hoje, apenas 26 dias nos separam da grande festa que vem aí, a festa de que
todos terão o privilégio de participar, pois está ficando muito bonita. Quem
não esteve lá ainda, vá antes da inauguração, pois está ficando uma verdadeira
casa de espetáculos. Casa de espetáculo só tem quem sabe dar: o Grêmio! Dou
meus parabéns ao querido Presidente Paulo Odone e ao querido Presidente, meu
amigo, Eduardo de Souza Pinto, que anuncia no jornal que este ano que vem vão
faturar mais de R$ 110 milhões em negócios. É o que o time do Grêmio, a Arena
do Grêmio irá proporcionar: muitos empregos. Às vezes, as pessoas jogavam
areia, jogavam água, jogavam tudo e diziam que não acontecia; está acontecendo.
Mais ainda: dia oito será um grande espetáculo que nunca mais iremos ver. Mesmo
o meu coirmão, o Internacional, tenho certeza absoluta de que eles também farão
uma festa, mas é quase impossível chegar lá, Ver. Tarciso. Nós, gremistas,
sabemos fazer as coisas primeiro. Fomos campeões da América, primeiro; campeões
do mundo, primeiro; e fizemos a Arena, primeiro. Só nós sabemos fazer primeiro.
Quem faz primeiro é quem sabe fazer!
Volto a falar no Ver.
Mauro Pinheiro: não podemos atirar pedra numa empresa que é tão qualificada
como a Carris, que está fazendo um transporte de qualidade. Já teve muitos
tipos de denúncia e não foi comprovado nada. O nosso querido Diretor tem feito
um trabalho exemplar. Esta Casa sabe o quanto a Carris tem trabalhado por Porto
Alegre. Esta Casa sabe o quanto a Carris presta favor às entidades carentes, para as escolas, transportando crianças – esta Casa sabe.
Ver. Mauro Pinheiro,
não tenho poder para abrir nenhuma roleta, pode ter certeza absoluta; não tenho
poder para abrir nenhuma catraca.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, venho a esta tribuna
para registrar algo que julgo ser muito importante para todos nós de Porto
Alegre, especialmente para os que têm idade avançada, que têm problema de Mal
de Alzheimer ou alguma isquemia cerebral, têm dificuldade de locomoção,
cadeirantes, usam bicicletas, enfim. Há um ano e meio, tenho rodado de
bicicleta pela Cidade; faço uma média, entre corrida e bicicleta, de 20
quilômetros por dia; às vezes, os faço só de bicicleta. Ontem, fiz 20
quilômetros com bicicleta; às vezes, aos domingos, faço 50 quilômetros; meu
recorde é de 70 quilômetros pedalando pela Cidade. Setenta quilômetros, e nem
cansei. Então, pensei o seguinte: vou levar uma caderneta para anotar algumas
coisas que julgar irregulares. Uma coisa que sempre me preocupou e tem
preocupado os senhores é a questão das rampas. Em algumas esquinas, em
cruzamentos de avenidas, tenho percebido que tem faltado rampa de acesso. Saí
tomando nota das esquinas, das ruas, das avenidas onde não tinha rampa de
acesso, mas acabei não tendo mais papel e caneta para escrever, porque há muita calçada
sem acesso; muita, é demais, é uma coisa assustadora. Como eu fazia muito a
Zona Sul de bicicleta, porque eu moro no final da Av. Diário de Notícias, eu
pego um trajeto bom, que está ficando cada vez melhor – está faltando pouco
para se pedalar de lá até aqui com segurança, falta muito pouquinho... Então, a
Zona Norte não é um lugar a que eu tenho acesso com tanta facilidade, mas
resolvi andar pela Zona Norte de bicicleta; andei pela Av. Farrapos, pela Av.
Sertório, andei por tudo; ainda estou andando, até porque eu estou me
preparando para a minha segunda Maratona de São Silvestre. Os senhores têm
visto que eu tenho corrido bastante, tenho pedalado, e isso tem sido uma
maravilha. Eu estou me sentindo muito bem. Eu acho que os senhores também
deveriam fazer isso; deveriam conversar com um médico e fazer um pouquinho de
exercício, porque isso faz bem para o coração e para a saúde.
Dr.
Goulart, V. Exa., que é médico, sabe que se exercitar é bom para a saúde, como
uma cidade consegue se mexer, se mover, como as pessoas conseguem pedalar, como
as pessoas de idade conseguem subir nas calçadas? Aí, eu inverti as minhas
anotações. Eu comecei a tomar nota só dos lugares que tinham acesso, pois eram
muito poucos esses lugares. Por exemplo, venham pela Av. Farrapos, entrem na
Av. Júlio de Castilhos, venham pelas avenidas, e os senhores vão encontrar
acesso de vez em quando, de três em três quadras, ou de quatro, ou de cinco em
cinco quadras. Agora, Na Av. Grécia tem a contrapartida ali onde o Zaffari fez
o shopping. Na Av. Grécia, tem
sinalização para os deficientes visuais, tem antiderrapante, tem as bordas em
amarelo para a visualização. É uma coisa decente. Mas luz demais em Porto
Alegre não existe. Eu pergunto: onde está a SMOV? Se a gente tem tanto dinheiro
para patrocinar algumas coisas na Cidade, temos que ter dinheiro para fazer
aquilo que é urgente, que deve ser feito de imediato, porque quando...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. José
Freitas está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOSÉ
FREITAS: Ver. Haroldo de Souza, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que
nos assiste, uso a tribuna para fazer um convite: no próximo dia 25 do corrente
mês será comemorado o Dia Internacional do Combate à Violência Doméstica, e
quero convidá-los a participar da 2ª Caminhada Rompendo o Silêncio, que será no
dia 24 de novembro, sábado, com saída às 9h da manhã, do Largo Glênio Peres –
esta caminhada acontecerá também em todos os Estados do Brasil. Obrigado. Um
abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Beto Moesch.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo Joaquim de Souza, meu bom amigo; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, na realidade eu
havia afirmado que o contrato não existia, e a douta Assessoria do Ver. Mauro
Pinheiro, na qual eu confio, acaba de me informar que realmente o contrato
existiu até o fim do mês passado, início deste mês. Esse contrato havia sido
feito no valor de R$ 80 mil, no dia 16 de julho deste ano, valendo por um ano,
até 15 de julho do ano que vem, podendo ser renovado na forma da Lei nº 8.666,
e a Carris cancelou o contrato. Portanto, eu continuo dizendo: o contrato não
existe, porque, se ele foi cancelado, não existe. Honestamente, eu confesso que
não perguntei as razões do cancelamento; pelo menos não chegaram até mim as
razões do cancelamento, mas só posso acreditar porque, sobre aquela
documentação que o Ver. Mauro Pinheiro mostrou aqui, há um mês, dos atestados
que ele considerou inválidos, provavelmente a Carris também chegou à mesma
conclusão, e não foi repassado nenhum valor à empresa. Portanto, eu tenho a
tranquilidade de dizer que o contrato não existe, e eu estava absolutamente
correto, e novamente não ocupo mais que dois minutos, e digo: Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Está encerrado o período de Comunicações. Passamos
ao
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
a bem da verdade, eu estava com saudades desta tribuna, onde, até seis meses
atrás, por quarenta meses, eu convivi diuturnamente com as várias Lideranças desta
Casa. No meu retorno, coincide uma situação especial que o comentarista,
Procurador do Estado aposentado, hoje um dos mais destacados integrantes da
equipe de comentaristas e colunistas da RBS, comenta com muita ênfase, que é
uma situação que o cotidiano de Porto Alegre está vivenciando e que tomou
proporções maiores com o anunciado fechamento coincidente da Emergência do
Grupo Hospitalar Conceição e, concomitantemente,
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
O Cláudio Brito,
Cidadão Honorário desta Cidade, com muita propriedade, foca o grande número de
movimentos paredistas, greves, que ocorrem em nossa Cidade, que ocorrem no País
todo, mas no que mais releva para nós é o que ocorre na cidade de Porto Alegre
em atividades absolutamente essenciais, que não mereceriam ser paralisadas em
nenhuma circunstância, na medida em que, Ver. Braz – V. Exa. que nos dá a
possibilidade de me manifestar nesta hora –, há de convir, que o que se castiga
nessas ocasiões são os usuários dos sistemas públicos, do serviço público, e
não o patrão que, num determinado momento, se desentendeu com a comunidade de
empregados.
Na semana que findou,
eu vi uma situação estarrecedora: uma senhora, baixada no Hospital Fêmina, com
dia e hora acertadas para fazer uma operação delicada, já preparada para essa
operação, há trinta minutos antes da operação, seus familiares recebem a
informação de que a operação havia sido suspensa, por ordem superior, na medida
em que ela não era considerada de urgência absoluta e que só as emergências estavam
sendo objeto de operação, porque existiam poucos instrumentalizadores dentro do
Hospital capazes de dar o apoio que os médicos precisariam nessas condições.
Ora, isso é de estarrecer!
Então, o meu querido
Cláudio Brito, com muita objetividade, fala a respeito deste assunto,
estabelecendo, com muita clarividência, de que o direito de greve está
assegurado na Constituição brasileira. Só que, em que pese essa
constitucionalidade do direito de greve, haveria de ser considerada – e eu temo
que ele tem razão –, em vários aspectos e em várias circunstâncias, o real
exercício desse direito, que penaliza, Ver. Adeli, a comunidade, o usuário do
serviço público, ora na figura do doente – e é o caso mais grave –, quando não
o do aluno na escola, quando não o de várias outras atividades monopolizadas pelo
servidor público, não sendo nem de ser excluído. No caso dos serviços postais,
que com muita frequência perto do Natal, perto das eleições, há greve dos
serviços postais da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e com isso o
prejudicado não é o empregador que se desentendeu com o empregado, e, sim, o
usuário daquele serviço.
Então, neste dia especial para mim, em que eu
retorno à Casa, ainda que transitoriamente, com a expectativa de a partir do
dia 1º de janeiro do ano que vem eu estar aqui diariamente com os amigos e as
amigas, neste dia eu quero assinalar a minha mais absoluta concordância com
essa manifestação do Cláudio Brito. E, politicamente pode não parecer correta –
“Ah, nós queremos sonegar um direito de greve do trabalhador!” Ora,
sinceramente acho que é algo que precisava ser melhor examinado na realidade
brasileira, que seria o exercício desse direito de greve, que deveria ser
regulamentado – assim é a previsão constitucional – e até hoje não o foi. Não
vejo como, em serviços essenciais, ter-se tamanha liberalidade. Aqueles
serviços que são assumidos pelo serviço público, que substituem um empregador
natural, esses serviços não podem, de modo nenhum, ficar submetidos a esse tipo
de choque entre empregado e empregador, cujo resultado final é altamente danoso
para a sociedade e, em especial, para o usuário do serviço público.
Hoje a cidade de Porto Alegre está absolutamente
traumatizada com essa perspectiva de que breve, acredito que ainda nesta
semana, simultaneamente, as emergências de dois grandes hospitais públicos,
sustentados com recursos do SUS, com recursos federais, com recursos carreados
dos cofres da União pelo contribuinte, vão simultaneamente fechar as suas
emergências, e, com isso, aumentarão mais ainda essa já dramática situação.
Por isso, Vereador Haroldo, eu quero deixar com
muita precisão um posicionamento que eu tenho mantido na Casa e que pretendo
aprofundá-lo. Acho que aqui nós temos que deixar de falar só aquilo que é
bonito, que cai bem aos ouvidos do eleitor, e começar, meu caro Ver. Brasinha,
a comentar determinados assuntos, Ver. Elói, que não são agradáveis ao ouvido,
mas que são mazelas que a sociedade sofre e que, evidentemente, precisam ser
enfrentadas. Ora, essa bandeira de sustentar, pura e simplesmente, o direito de
greve do trabalhador não pode ir ao extremo. Nós não podemos considerar igual o
trabalhador da obra, o trabalhador da indústria, o trabalhador do comércio
àquele que trabalha no serviço público monopolizado, que não sofre sequer
concorrência, ou com setores que...
(Aparte antirregimental do Ver. Elói Guimarães.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Socorre-me o Ver. Elói Guimarães, com muita
propriedade, dizendo que não poderia ser admitida a possibilidade de greve em
alguns setores. E, se essa fosse admitida, haveria de ser em circunstâncias
muito especiais e dentro de um regramento específico, capaz de não gerar essa
catástrofe que, infelizmente, nós corremos o risco de ver ocorrer aqui na
cidade de Porto Alegre.
Por isso, Ver. Haroldo – V. Exa. que preside os
trabalhos com a sua proverbial competência, com sua característica de homem
cumpridor de seus deveres e de suas responsabilidades –, nós, de modo algum,
vamos admitir que alguém entenda que estejamos pugnando por uma política retrô,
isto é, retroceder no que diz respeito ao que é aparentemente um avanço social,
que é o direito à greve, previsto na nossa Constituição. Mas, com todo esse
risco, nós estamos sustentando que, em algumas áreas – e a Saúde Pública e a
Educação são exemplos mais do que eloquentes –, esse exercício do direito de
greve precisa ser urgentemente regulamentado, senão revisto. E eu vou mais
longe: acho que deve ser revisto. A excepcionalidade, especialmente na área da
Saúde, tem que ser absoluta! A vida humana não pode permitir que um capricho de
uma reivindicação não atendida possa gerar uma situação atual em que ela possa
ser comprometida. Não sei o que aconteceu com essa senhora a quem me referi que
deveria ter sido objeto de uma cirurgia na quinta-feira passada. O médico que a
atendia, inclusive havia suspendido suas férias para vir atendê-la na sua
cirurgia; lutava, na sexta-feira, para ver se podia operá-la ainda na
sexta-feira ou no sábado, até porque eles diziam: “A urgência é de tal ordem
que eu estou aqui, suspendendo as minhas férias para atendê-la”. Inobstante, a
direção do Grupo Hospital Conceição, do Fêmina, mais propriamente dito,
entendeu que não era urgência, e, por consequência, a cirurgia não teria que
ser realizada naquela data aprazada. É dramática a situação, problema
escancarado na presença de todos nós e, evidentemente, gerador de situações as
quais nós não poderemos, de forma nenhuma, continuar a aceitar como um falso
avanço democrático, porque a democracia não pode ter apenas regras permissivas;
ela tem que ter, inclusive, estabelecimentos de regras pelas quais as
obrigações têm que, necessariamente, ser realizadas. E se há setores onde o
Estado entende que o monopólio deve prevalecer e ser apenas por ele executado,
ou onde ele estabelece regras específicas, como a lotação dos hospitais, das
escolas, das universidades, enfim, daqueles elementos da realização de tarefas
públicas por ele custeado, por ele mantido com os recursos públicos; se nós
acreditamos que isso é um avanço, nós precisamos dizer, alto e bom som, que
esse avanço precisa ser melhor explicitado, e exigir regras capazes de garantir
que o objeto último do Estado político, que é, indiscutivelmente, o cidadão e a
cidadania, não seja agravado nos seus elementos de direito, entre os quais,
sabidamente, a saúde é o maior de todos.
Nós, que somos liberais, claramente identificamos
essa situação; inclusive, fomos acusados de sermos inábeis politicamente,
porque, durante a campanha eleitoral, de forma expressiva, assinalávamos perante
a televisão, perante o rádio, essa nossa condição de liberal, como se fosse
possível sonegarmos isso para a opinião pública, Ver. Elói. “Como os
neoliberais estão sendo satanizados!” Eu, que sou liberal antigo, vou negar a
minha posição apenas para agradar o eleitor? Não, não. A gente tem que se
acostumar a fazer política com as convicções, com as posições e com as nossas
ideias, muitas das quais podem, em determinado momento, ter respostas positivas
da comunidade e outras tantas não, mas que devem ser claramente esposadas e
responsavelmente admitidas.
Essa é a nossa posição, meu caro Ver. Haroldo de
Souza, a quem agradeço por ter me propiciado a oportunidade desta manifestação
no meu temporário retorno a esta Casa, onde convivo com grandes valores, entre
os quais incluo V. Exa., que, além de ser um grande homem público, é também uma
pessoa com quem tenho laços de amizade muito profundos, que antecedem a vida
pública e que fazem parte da nossa vida pretérita, que remanescem em vários
aspectos, porque, assim, é a nossa posição.
Obrigado também ao Ver. Braz, que nos permitiu a
utilização desses minutos fundamentais para que pudéssemos, fundamentados na
posição exposta pelo jornalista Cláudio Brito, focar essa situação específica
que tem que ser encarada de forma objetiva na sociedade brasileira, porque
senão a mazorca vai tomar conta do cotidiano da vida de todos nós. Muito
obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza, na pessoa de V. Exa.,
cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste nas
galerias e pela TVCâmara; senhoras e senhores, venho a esta tribuna, no período
de Grande Expediente, fazer uma reflexão a respeito das melhorias, das
transformações e do grande legado que deve ficar para a Cidade, graças ao
empenho do Prefeito Fortunati e do nosso Governo, para termos Porto Alegre como
a cidade sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014.
E faço isso não só pontuando aquelas obras
específicas que dizem respeito à infraestrutura, à modernização dos estádios,
ao entorno dos estádios, a tudo que está sendo alavancado em função do futebol,
mas também a outras situações que acabaram por se criar. E eu quero destacar
uma delas, Presidente Haroldo, que talvez seja uma das mais relevantes para as
futuras gerações, que é justamente a devolução da balneabilidade das águas para
a Cidade. Falarmos aqui em tratar 80% do esgoto da Cidade é algo que nos remete
a um patamar de Primeiro Mundo – e isso diz respeito diretamente com questões
ligadas à Saúde Pública. Pensarmos – digo como integrante da bancada jovem aqui
da Câmara – que os nossos pais, as gerações que nos antecederam tiveram a
oportunidade de se banhar nas águas do Guaíba, e nós podermos rever essa
realidade na nossa Cidade é algo que nos conforta muito.
Quero falar também do reencontro da Cidade com as
águas do Guaíba, e dizer que não só esta Casa enfrentou a matéria Cais do
Porto, mas também o Governo, as Secretarias, de uma maneira transversal, em
conjunto com o Governo do Estado e a própria União, para que pudéssemos
viabilizar esta importante página da História da Cidade, que deve ser escrita,
acredito, em breve: a recuperação do Cais do Porto. Nós conhecemos algumas
outras Capitais e algumas outras cidades mundo afora que proporcionaram uma
requalificação gastronômica, de hotelaria, de entretenimento, gerando emprego,
renda, alavancando o turismo nas suas áreas portuárias. Acredito que aqui, no
coração do Centro Histórico de Porto Alegre, nós falarmos em revitalizar o Cais
do Porto é algo também muito significativo para a Cidade.
Quero também fazer algumas menções. Na ponta de cá
da Orla do Guaíba, já se veem as obras de estaqueamento da Av. Júlio de
Castilhos, que deve cruzar por cima
da Rodoviária, obras que vão desafogar o X da Rodoviária; vemos a duplicação da
Voluntários da Pátria; ainda, vindos dali para cá, chegamos ao Gasômetro com o
projeto do Jaime Lerner, que nós aprovamos, é bem verdade, lá no Conselho do
Plano Diretor; vemos a revitalização que vai da Ponta do Gasômetro, numa fase
inicial, até o Monumento às Cuias, e que depois segue até o Estádio Beira-Rio e
vai terminar no Viaduto da Av. Pinheiro Borda; e passando o eixo que liga o
Centro à Zona Sul, percebemos as obras adiantadas da segunda ponte na Av.
Ipiranga, que vai dar acesso, inclusive, à nova sede da Federação Gaúcha.
Acredito que, até o fim do ano, o monumento a Prestes estará pronto, deverá ser
inaugurado no início de 2013. E percebemos a transformação na Cidade, a
duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva; quem entra ali, à direita, na Av.
Ipiranga, já vê a ciclovia chegando. Hoje, a ciclovia se encontra na agenda
positiva da Cidade.
Nós, hoje, Ver. João Dib, às 11h, na reunião de
Lideranças, incluímos, para votação nesta quarta-feira, o Projeto de Lei que
saiu lá do embrião da Secretaria do Planejamento, é verdade, com o apoio do
Inovapoa, Ver. Newton Braga Rosa; com o apoio da PROCEMPA, do nosso Presidente
André Imar; com o apoio do Comcet, as regiões de potencial tecnológico.
E aí a gente vem aqui e faz um resgate daquele
investimento que a Lomba do Pinheiro recebeu lá, que é o Ceitec, que talvez
represente, do México para baixo, na América Latina, a ponta da tecnologia e do
investimento na área tecnológica da América Latina. E ali nós temos o Tecnopuc,
temos a UFRGS, o triângulo tecnológico; e falando aqui numa região de potencial
tecnológico, por que não pensarmos na Lomba do Pinheiro, alguma coisa como se
fosse a Lomba do Silício.
Acredito que Porto Alegre faz um diálogo com o
futuro, quando viabiliza a ampliação da sua pista do Aeroporto; nós, que agora
estamos lidando ali, percebemos a movimentação do Edital para a duplicação do
edifício-garagem do Aeroporto, que já está quase chegando na sua capacidade
máxima. Temos aqui uma pista ampliada, com uma ligação ao sistema modal-metrô,
por meio de um Aeromóvel que já está quase pronto, Ver. Cassiá! O Aeromóvel
funcionará praticamente como um elevador horizontal, e o cidadão que pegar o
metrô, lá em Novo Hamburgo, vai cair dentro do terminal de passageiros em Porto
Alegre.
Então, são várias transformações! A Cidade vive um
bom momento, é taxista estudando inglês, restaurantes adequando cardápio para
espanhol, para alemão. Há essa perspectiva do fomento da geração de emprego e
renda. Essa disputa da qualificação dos estádios é uma disputa sadia para a
Cidade. Percebemos, quando andamos nas ruas, que existe um movimento organizado
preocupando-se com a qualificação dos hospitais, preocupando-se com a ampliação
dos leitos nos hospitais, mas também com os leitos nos hotéis. Se eu não me
engano, a FIFA tinha pedido 14 mil vagas de hotéis, e nós tínhamos dez mil.
Então, nós estamos implementando a rede hoteleira da Cidade.
Eu quero falar também um pouquinho sobre a
qualificação dos espaços urbanos, que acontece quando a gente trabalha para
tirar realidades de irregularidade ou de clandestinidade, e as pessoas trazem
as famílias, Ver. Luiz Braz, do mundo informal para o mundo formal. O Programa
Minha Casa, Minha Vida, que tem proporcionado, principalmente para que as
capitais enfrentem o déficit habitacional, ele obriga o Poder Público a fazer a
estruturação urbana, porque, quando se determina numa gleba ou numa região,
onde se agrupam três, quatro ou cinco matrículas para viabilizar um
empreendimento imobiliário que vai acomodar ali talvez 3 mil, 4 mil, 5 mil
unidades habitacionais, a gente precisa fazer um planejamento e dizer por que
uma rua tem que ter uma caixa de 12 ou uma caixa de 15; é para passar a
ambulância, é para passar o bombeiro, é para chegar o transporte coletivo, para
poder estacionar um carro, para que as pessoas possam viver com qualidade de
vida.
Ver. Paulinho Rubem Berta, por que um quarteirão
tem que ter determinada medida, uma testada de um lote? Porque, ali onde vai
ser aprovado aquele loteamento ou aquele condomínio, tem que haver uma creche,
um posto de saúde ou, às vezes, até uma previsão de uma escola? É porque as
crianças não podem mais andar dez quilômetros para ir ao colégio, Ver.
Brasinha! E quando se aplica a Lei que disciplina, regra e orienta a ocupação e
a qualificação dos espaços urbanos, que foi revisada aqui, que é o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, nós qualificamos os espaços
urbanos. E aí eu quero fazer aqui uma reflexão com os Vereadores, que
acompanham o nosso raciocínio, neste Grande Expediente: Porto Alegre, nos
últimos 30 anos, Ver. Kevin Krieger, não cresceu tanto em número de habitantes,
porque o último censo apontou Porto Alegre com um milhão, quatrocentos mil e
poucos habitantes, e nós trabalhamos diuturnamente pela qualificação de espaços
urbanos, por melhorias, por investimentos. O que se está agregando? Qualidade
de vida para as pessoas, Vereador, porque se o número de habitantes não cresce
tanto, e nós qualificamos os espaços urbanos, nós devolvemos a balneabilidade
das águas para a Cidade, nós aprovamos aqui um Plano Diretor Cicloviário, Ver.
Dr. Thiago Duarte, é porque Porto Alegre ganha em qualidade de vida, e quem
ganha com isso são as pessoas.
Eu quero aqui cumprimentar o nosso Governo por
tantas iniciativas. Quantas creches, quantas contrapartidas, o sistema de
transporte coletivo em Porto Alegre, que hoje é um exemplo... Nós, que
viajamos, percebemos, aqui do lado, olha o transporte coletivo na Colômbia,
Montevidéu, Argentina, sucateado. Porto Alegre é um exemplo de qualidade de
vida. Quando se diz que Porto Alegre tem uma árvore por habitante, é uma Cidade
que realmente se preocupa com as suas futuras gerações.
Eu quero também trazer à reflexão aquelas políticas
públicas que foram priorizadas pelo nosso Governo, pelo Governo Fogaça, que
agora tem a sua continuidade com o Prefeito Fortunati, reeleito com 65% dos
votos da população. Quando se fala em políticas para o jovem e se cria a
Secretaria da Juventude; quando se fala em políticas públicas para as pessoas
portadoras de deficiência, Ver. Luciano Marcantônio, quando se fala em criação
da Secretaria do Trabalho, com foco na geração de emprego e renda, isso é
compromisso com as políticas públicas que são prioritárias para um Governo!
Criar a estrutura de uma Secretaria é dizer: “Nós temos compromisso com essas
bandeiras, nós queremos modificar realidades, qualificar e priorizar políticas
públicas que possam dar um retorno para esse segmento da sociedade”. Então, eu
acho que é verdade, sim, nós podemos vir aqui, de peito estufado e cabeça
erguida, e dizer: “Nós sabemos que muita coisa ainda precisa ser feita, mas
muito já foi feito”. Claro que temos que olhar para frente, precisamos olhar
para o amanhã; sabemos que muita coisa ainda carece, temos alguns calcanhares
importantes, temos que ver de que maneira podemos aproveitar também a Copa do
Mundo, e até a Polícia Federal aprovou antenas e tecnologia de ponta para fazer
rastreamentos, muito motivado em função da Copa do Mundo, mas essa integração
com a Brigada, com a Guarda Municipal... Nós temos que dizer de que maneira é
possível olharmos para essa questão da Segurança pública, não só como já fizemos
aqui, Ver. Luiz Braz, quando aprovamos aqui a Guarda Municipal armada, porque
como é que uma Guarda vai proteger uma escola, um posto de saúde se não houver
condições ferramentais? Vai estar até exposta! Vemos que oferecem, hoje, em São
Paulo, se não me engano, R$ 600,00 para aquele bandido que matar um policial;
chegaram a essa afronta! Quero cumprimentar o Ver. Kevin Krieger, que na
ocasião era o nosso Secretário, que teve a iniciativa. Nós precisamos ter
coragem, Vereador, e acho que nós estamos tendo, e, quando se acerta mais do
que se erra, é preciso reconhecer.
Eu quero vir a esta tribuna para fazer o
reconhecimento a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, tiveram coragem e
iniciativa. Nós fomos avançando, acertando mais do que errando e hoje nós
estamos aqui com o aval da população para seguir o trabalho, para dar sequência
a esse trabalho. É um trabalho que sabemos que, na área da Saúde, tem que haver
alguns arredondamentos, algumas outras situações que envolvem também
qualificação de alguns serviços na questão da desburocratização; quero fazer
aqui também a nossa mea-culpa. Mas quero dizer que, hoje, quero dedicar este
nosso Grande Expediente para fazer essa avaliação. Olhando para frente e
olhando para trás muito foi feito, muito ainda precisa ser feito, mas aqueles
que fizeram tiveram coragem, e acho que nós acertamos mais do erramos. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 16h18min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 081/12 – (Proc. nº 2436/12 – Ver. Beto Moesch) – requer ao
Plenário desta Casa, que seja autorizado o pagamento de R$ 9.333,96 (nove mil,
trezentos e trinta e três reais e noventa e seis centavos) como suplementação
da Cota Básica deste vereador, conforme art 1º, §2º, da Resolução nº 1.576/01,
para representação externa da Câmara Municipal no evento “Sete Viagens Técnicas
a Portugal – Gerenciamento de Resíduos”, conforme decisão da Mesa Diretora da
CMPA no Processo nº 02298/12.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento nº 081/12, de autoria do
Ver. Beto Moesch. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 081/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, o Requerimento prevê a possibilidade de o Ver. Beto Moesch participar de um encontro que tratará
do tema sobre resíduos sólidos, em Portugal. Eu não sei exatamente qual é o
teor do seminário, mas eu quero tratar dos resíduos sólidos e do atraso dessa
política na cidade de Porto Alegre. Nós instalamos um Grupo de Trabalho, no ano
de 2011 – ano em que tive a honra de presidir esta Casa –, em função da crise
instalada, em Porto Alegre, pelos resíduos da construção civil. A Cidade é
depositária de inúmeros, centenas de aterros clandestinos que a absoluta
omissão da Prefeitura de Porto Alegre propicia. Por que digo omissão? Porque
nós temos mais de 40 transportadoras trabalhando nas caçambas, no transporte
dos resíduos da construção civil. Dessas, talvez pouco mais de uma dezena têm
licença de operação. Por que elas têm hoje licença de operação? Porque elas
brigaram muito por isso; porque vêm requerendo licenciamento, vêm requerendo a
regulamentação da lei dos resíduos sólidos. E a Prefeitura se omite, porque não
há nenhum aterro autorizado para receber os resíduos mistos das caçambas
móveis, resíduos que sabemos muito difíceis de serem de classe 1, que é o
limpo, aquele apenas das sobras de obras – ferro, cimento, tijolo. A maioria
das caçambas recebem lixo orgânico, não reciclável, madeira, gesso, toda ordem
de resíduos, sendo que cada um deveria ter um tratamento diferenciado.
Há uma crise instalada na cidade de Porto Alegre
porque os transportadores de resíduos da construção civil não têm área para
fazer triagem; se fizerem a triagem, não há onde descartar, fica muito caro; se
cobrarem o preço que custa para recolher uma caçamba mista, não terão clientes,
porque não há fiscalização das empresas que não são sérias e que jogam em
qualquer lugar. Quem é sério tinha que levar para Canoas, que recebia e que
agora também está reciclando; e só recebe tipo 1, ou separado, apenas madeira.
Então há uma crise, porque a Prefeitura não aponta
áreas como manda a lei; não faz a gestão dessas áreas; não mandou para cá um
estímulo para que as áreas recebam uma redução de IPTU, por exemplo, para poder
viabilizar; e não tem código. Nós temos uma área na Zona Sul, um interessado em
fazer uma área de reciclagem, de seleção e beneficiamento dos resíduos da
construção civil, e não há código, Secretário Márcio Bins Ely! Levei para a sua
Secretaria, no ano passado, o Grupo de Trabalho. V. Exa. inclusive se irritou
porque tinha representação da SMAM, e nunca andou. Lembro muito bem, Secretário
Márcio – sim, senhor! –, que disse que resolveriam internamente, e não
resolveram; sequer a regulamentação da lei dos resíduos da construção civil foi
realizada.
Portanto, a cidade está parada. Belo Horizonte tem
vários pontos públicos de reciclagem dos resíduos da construção civil; São
Leopoldo já tem; e Porto Alegre não tem nada, nada! Nem fiscalização para as
empresas que são sérias; nem autorizam as áreas para as empresas que querem
fazer, nem nada! Nada! Uma omissão. A Prefeitura está fazendo os seus
ecopontos, e é só; diz que o problema é do gerador, e é só. E a Cidade está
numa crise em relação aos resíduos da construção civil, com a construção
esquentada, “a milhão” na cidade de Porto Alegre, com uma projeção de mais
produção de resíduos e sem alternativa.
Portanto, Ver. Beto, eu acho muito louvável que V.
Exa. queira estudar. É uma pena que não continuará como Vereador. Agora, eu
chamo a atenção para a responsabilidade do Governo Municipal.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 081/12.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, em outras oportunidades, já comentei que nós,
lamentavelmente, vamos perder as contribuições que vários Vereadores têm dado a
esta Casa ao longo dos anos; dentre esses está o Ver. Beto Moesch. Esta Cidade
perde, com certeza absoluta, não tendo aqui nesta Casa o Ver. Beto Moesch.
Muitas vezes, Ver. Beto, eu mesmo o critiquei pelo extremismo. Porque a gente
não precisa ser, evidentemente, concordante ou adulador, e não é o que estou
fazendo. Estou fazendo um reconhecimento ao belo trabalho que V. Exa. tem feito
nos últimos anos. No ano que vem, esta Casa não vai contar com a sua presença,
assim como não contaremos com a presença do próprio Ver. João Antonio Dib,
também da sua Bancada. Muitas vezes nós não temos acordo em algumas questões, mas
não há como não reconhecer o trabalho que V. Exas. têm feito aqui nesta Casa.
Como a Ver.ª Sofia Cavedon fez referência às
caçambas, aos equipamentos que recolhem os entulhos – a lei em vigor hoje na
Cidade é de minha autoria –, tive a audácia de fotografar mais de 200 caçambas;
então, é uma matéria que conheço bem. Essa Lei foi muito discutida, inclusive
com os técnicos da EPTC. A Ver.ª Sofia Cavedon fez referência a esses
equipamentos, o que me fez vir a esta tribuna e recordar o longo tempo que debatemos
esse Projeto, que hoje é Lei e que disciplina o uso dos tele-entulhos,
determinando prazo para o recolhimento, condições do recolhimento, onde podem,
onde não podem estacionar as caçambas. Votaremos favoravelmente ao seu
Requerimento, Ver. Beto Moesch, primeiro, porque entendemos que V. Exa. é um
homem sério, responsável e com certeza trará a esta Casa um resultado altamente
positivo, pois irá, como sempre foi, aos locais buscar informações, com muita
responsabilidade e com muita técnica. Com certeza, terá oportunidade de
contribuir com a EPTC, com o Prefeito, mostrando que, em primeiro lugar, aquilo
que estamos vendo na Cidade não é a melhor prática, porque não estamos
cumprindo a legislação aprovada nesta Casa e sancionada pelo Prefeito.
Precisamos respeitar e fazer o trabalho necessário, inclusive dando condições
aos donos dos tele-entulhos, pois nunca tinha visto o que vi no ano passado:
essas empresas fazendo um manifesto na Cidade, com as caçambas percorrendo as
vias como forma de protesto, pois eles não têm onde colocar esses produtos. É
lamentável! Precisamos dar condições às empresas para colocarem esses resíduos
nos locais certos, mas precisamos urgentemente que elas também cumpram o que
esta Casa determinou, com a sanção do Sr. Prefeito.
Ver. Beto Moesch, receba nossos cumprimentos.
Ninguém é mais qualificado do que V. Exa. para fazer esse trabalho; talvez
igual, melhor, mais qualificado do que V. Exa., não. Agora, por favor, quando
voltar, nos relate. Na primeira visita que fizer ao Executivo, leve as
sugestões, um pedido ao Prefeito e à EPTC, que façam cumprir a lei. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. BETO
MOESCH: Apenas uma informação com relação ao que falou o Ver. Bernardino. Nós
vamos assinar, em Portugal, um Termo de Cooperação Técnica com a Câmara
Municipal de Porto Alegre e o Governo de Portugal. Eles farão aqui, no ano que
vem, um seminário sobre esse tema. Já está acordado nesse sentido.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação
do Requerimento nº 081/12, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; todos os que nos assistem; para entender o que
se passa e o que se discute aqui: o Ver. Beto Moesch reivindicou essa ida a
Portugal, que foi defendida pela maioria da Mesa, pelo menos, porque é um tema
importante, candente, é um tema que cresce em importância, inclusive com toda a
celeridade da economia, da construção civil, mas faltou da sua Cota Básica R$ 9.333,96 que não tinham como serem
retirados da cota do Vereador, pois não havia mais cota. A alternativa era
fazer com que a Câmara fizesse essa sustentação da viagem do Vereador. No
entanto, isso, por regramento da Câmara, não é mais possível; por isso a alternativa
apresentada é de que a Câmara suplemente a Cota Básica do Vereador para que ele
possa custear as suas despesas para esta viagem. Para os telespectadores, para
os que nos assistem ficarem cientes do que exatamente estamos votando: estamos
votando uma suplementação de R$ 9.333,96 à Cota Básica do Ver. Beto Moesch para
que viabilize sua ida a Portugal, a uma exposição, a uma visita técnica,
a um debate sobre um acordo e sobre um termo de convênio. Eu penso que
Vereadores e autoridades viajarem para conhecer outras experiências para não
inventarem a roda não é um problema. Eu penso que isso é um investimento que se
faz. Um investimento, às vezes, pode resultar em pouca coisa, mas, às vezes, em
muita coisa importante. Isso depende de quem vai, da responsabilidade, do
compromisso público e do compromisso com o cidadão que tem quem viaja.
Este tema da construção civil é muito grave. O que
estamos vendo em Porto Alegre é algo sui
generis, porque nós involuímos no período próximo recente. Eu mostrei aqui,
na última Sessão, fotos de restos de material de construção e de demolição
estão sendo depositados aqui na orla, na rótula das Cuias. Até agora, não tive
nenhuma explicação por parte do Líder do Governo, nem do Governo, nem da base
do Governo, de ninguém, sobre o porquê estão fazendo isso, assim como em muitas
ruas em que passamos identificamos claramente a deposição, Ferronato, de
caliça, de lixo, de sobra de material de construção! Há muito tempo vem sendo
dada a desculpa de que os arroios e as galerias não são dragados, não são
limpos, de que as valas não são abertas porque não tem onde depositar a
produção que é retirada desses importantes equipamentos de drenagem. Como fica
isso? Por isso que, quando houve a proposição e o pedido, Ver. João Antonio
Dib, nós, de pronto, os apoiamos. Eu fui um defensor dessa viagem do Ver. Beto.
Agora, nós precisamos fazer com que o Poder Público, o Executivo tenha a
iniciativa, tenha a atitude, porque estamos há oito anos, Ver.ª Maria Celeste,
ouvindo desculpa de que não tem aterro de inertes licenciado, que não tem onde
fazer o bota-fora da produção de valas, de galerias e de canais a serem limpos,
e a Cidade fica alagada, a Cidade sofre prejuízos e as pessoas sofrem muitos
danos, porque que atitudes não são tomadas por quem deveria tomar, que são o
Poder Público e o Poder Executivo. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Airto Ferronato está com palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 081/12.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores,
lá, no final da década de 80, Porto Alegre instituiu o primeiro Código
Municipal de Limpeza Urbana – a autoria do Projeto foi do Vereador, nosso
ilustre Deputado Federal, Vieira da Cunha.
Porto Alegre, então, teve o primeiro Código de
Limpeza Urbana. Porto Alegre foi a primeira Capital do País que implementou o
sistema de coleta seletiva do lixo; Porto Alegre teve avanços, criou essas
leis, e, com relação à coleta seletiva, as coisas andam bastante devagar, quase
parando – não estou criticando autoridade alguma, apenas constatando.
Eu faço a separação do lixo em minha casa. Tenho
dito por aí que nós separamos o resíduo reciclável e colocamos na frente das
nossas casas para a coleta seletiva. O que tem acontecido? Vai lá uma pessoa –
e nós respeitamos essas pessoas – e, se ela quer garrafa PET, ela rebenta o
saco de lixo, pega a garrafa PET e esparrama pelo chão os demais resíduos. No
outro dia, vai outro que quer latinhas, faz a mesma coisa. Então, nós
precisamos, sim, nos preocupar com o gerenciamento de resíduos na nossa Cidade
como em todo o Brasil. Eu tenho certeza de que a ida do Ver. Beto para
participar desse encontro traz, com certeza, benefícios à cidade de Porto Alegre.
Sou daqueles que entendem que precisamos ser
pessoas aprendizes – aprendizes! –, ensinar em troca de conhecimentos maiores,
e é isso que vamos fazer com a ida do Ver. Beto, com a participação dele nesse
encontro, pelo que o Ver. Beto representa para a cidade de Porto Alegre; sem
nenhuma dúvida, é um dos maiores conhecedores do tema no Brasil. Nós temos,
Ver. Todeschini, aqui em Porto Alegre, o nosso Ver. Beto. Portanto, eu acredito
que a ida do Vereador – estou convencido disso – para participar desse evento
trará certamente benefícios à nossa Cidade; é por isso que, na Mesa, votamos
favoráveis, acredito que todos os Vereadores foram favoráveis à ida do Ver.
Beto, e ainda nós temos convicção de que é acertada a nossa proposta, por isso
acreditamos que ela será aprovada na tarde hoje.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento nº 081/12. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 079/12 – (Proc. nº 2426/12 – Mesa Diretora) – requer seja o
período de Comunicações do dia 19 de novembro destinado a assinalar o
transcurso dos 90 anos de fundação do Colégio Israelita Brasileiro.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento nº 079/12. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 080/12 – (Proc. nº 2427/12 – Mesa Diretora) – requer seja o
período de Comunicações do dia 19 de novembro destinado a assinalar o
transcurso dos 175 anos da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento nº 080/12. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1816/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/12, que altera os
limites da Subunidade 01, Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 078, Macrozona
(MZ) 08 e da Subunidade 01, UEU 80, MZ 08, constantes do Anexo 1.1 da Lei
Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, alterada pela Lei Complementar
nº 646, de 22 de julho de 2010 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental (PDDUA).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Marques: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-12.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLCE nº 009/12. (Pausa.)
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/12.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, estamos aqui, Ver.ª Fernanda, tratando de
alteração de regime de Plano Diretor, e, portanto, não é qualquer matéria:
trata-se de alterar o regime urbanístico, o potencial construtivo da área do
entorno da ETE Belém Novo; uma área rarefeita no atual regime, mas que produz
alterações. E, portanto, essas matérias requerem um pouco mais de debate.
Diz assim (Lê.):
”Art. 1º: Ficam alterados os limites da Subunidade 01 e Unidade de Estruturação
Urbana (UEU) 078, Macrozona (MZ) 08 e da Subunidade 01, UEU 80, MZ 08,
constantes do Anexo 1.1 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999,
alterada pela Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de 2010, que
instituiu o PDDUA, conforme Anexo Único desta Lei Complementar”.
Então, vejam, senhoras e senhores, é uma área
significativa, que vai até a Av. Lami, pegando praticamente todo o perímetro da
ETE, que tem uma área de 45 hectares. Talvez altere ali um significado, em
termos de área, em mais de 50 hectares, no entorno, e isso modifica o regime,
mudando os adensamentos.
Bem, Belém Novo é uma das áreas possíveis de
adensamento; certamente, essa alteração da área rarefeita aqui é para permitir
uma densidade maior, mas é uma alteração, e ela é significativa. É uma área
central, infraestruturada, em termos, porque até é próxima a uma Estação de
Tratamento de Esgoto importante, que dá conta de todo o Belém Novo. Mas o que,
exatamente, fundamenta esse pedido? Não há maiores explicações, porque se
resume aos aspetos técnicos do Plano Diretor, aquilo que é dito e aquilo que é
explicado. Então, como se trata de alterar o Regime Urbanístico de uma área
expressiva, seria bom ouvir, por parte do Governo, quais os fundamentos que
sustentam essas mudanças, e por que elas estão sendo demandadas. Quais os
objetivos? Porque, evidentemente, apesar de ser no entorno da ETE, ela está
relacionada ao potencial habitacional a ser criado, e, portanto, ao regime de
construção e de adensamento que a área passaria a ter. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLCE nº 009/12.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nós lemos com
atenção o referido Projeto. O Ver. Carlos Todeschini fez a explanação sobre as
alterações, Ver.ª Sofia Cavedon, no Plano Diretor da Cidade. A alteração do
Regime Urbanístico daquela área, que é caracterizada como Área de Ocupação
Rarefeita do nosso Município, em Belém Novo, para uma Estação de Tratamento de
Esgoto. Entretanto, é arrolado no Projeto um mapa com informações, que eu diria
ainda muito insuficientes para uma votação tranquila, uma vez que trata do
Regime Urbanístico da Cidade de Porto Alegre, do Plano Diretor, que nós levamos
nove meses para fazer as alterações necessárias nesta Casa, e outras não
necessárias. Infelizmente, algumas Emendas ao Plano Diretor foram no sentido de
beneficiar a especulação imobiliária e não valorizar o patrimônio histórico e
cultural da Cidade de Porto Alegre.
Como se trata de um tema muito caro para a nossa
Cidade, pretendemos fazer uma Emenda que possa garantir que essas alterações
fiquem restritas à construção da Estação de Tratamento de Esgoto. E para isso
eu peço a atenção do Vereador, Líder do Governo, João Antonio Dib, para que nós
possamos suspender rapidamente os trabalhos, Ver.ª Sofia, e construir essa
Emenda que imita essa mudança do regime urbanístico. Nós estamos falando de uma
área de ocupação rarefeita da cidade de Porto Alegre, e no Projeto são
descritos como 45 hectares para a construção da Estação de Tratamento de
Esgoto. Então, estamos propondo – e falei com o Ver. Beto Moesch, especialista
na questão do Plano Diretor, na proteção à nossa Cidade – a construção dessa
Emenda, resguardando a Área de Ocupação Rarefeita e, ao mesmo tempo, permitindo
a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto, que certamente é
fundamental para a cidade de Porto Alegre para o seu desenvolvimento, para a
finalização e avanço da execução do Programa Integrado Socioambiental, para que
nós, enfim, consigamos ter uma Cidade cada vez melhor saneada.
Então, gostaria de solicitar, Ver. João Antonio
Dib, a sua permissão para que possamos construir uma Emenda coletiva – que não
seja apenas desta Vereadora e do Ver. Beto –, no sentido de restringir a
construção da Estação de Tratamento de Esgoto, porque a Exposição de Motivos
fala claramente que é para a sua construção, mas o Projeto não restringe.
Inclusive, nós estamos com a redação da Emenda pronta, e acho que é possível
construirmos uma Emenda que resolva os problemas, através da qual Porto Alegre
ganhe.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, conversando com o Líder do Governo,
como este é um Projeto que precisa ter um olhar preciso, e existem muitas
dúvidas sobre se é só para a Estação de Tratamento ou se é para a área ao lado
também, requeremos o adiamento, por uma Sessão, da discussão do PLCE nº 009/12,
já que o Ver. João Antonio Dib está buscando algumas informações. Votaremos,
sem prejuízo, na quarta-feira.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Engenheiro Comassetto, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da discussão
do PLCE nº 009/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 16h52min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC.
Nº 1144/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/12, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que
institui, como política pública do Município de Porto Alegre, o Programa
Criança Sorridente. Com Emenda nº 01.
PROC. Nº 1971/12 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/12, de autoria da Verª Fernanda Melchionna o do Ver.
Pedro Ruas, que revoga a Lei
Complementar nº 470, de 2 de janeiro de 2002, que cria a Subunidade de
Estruturação Urbana 03 da UEU 4036, referente à área do Estaleiro Só, define
seu regime urbanístico e dá outras providências.
PROC. Nº 2281/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 172/12, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Aymore Ribeiro Vargas o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua 41 – Loteamento Costa e Silva
–, localizado no Bairro Rubem Berta.
2ª
SESSÃO
PROC.
Nº 1142/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/12, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que
estabelece regras para celebração de convênios entre órgãos da Administração
Direta ou entidades da Administração Indireta do Executivo Municipal e
organizações não governamentais (ONGs) ou entidades privadas sem fins
lucrativos.
PROC.
Nº 1354/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/12, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que concede
o título de Cidadão de Porto Alegre ao delegado Ranolfo Vieira Júnior.
PROC.
Nº 1919/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/12, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que
altera o caput do art. 1º da Lei Complementar nº 666, de 30 de dezembro
de 2010 – que define índices de aproveitamento para os terrenos nos quais se
tenha a finalidade de implantar projetos de reformas ou ampliações de centros
esportivos, clubes, equipamentos administrativos, hospitais, hotéis,
apart-hotéis, centros de eventos, centros comerciais, shopping centers,
escolas, universidades e igrejas e revoga o caput e os §§ 1º e 2º do
art. 9º da Lei Complementar nº 610, de 13 de janeiro de 2009 –, estendendo até
31 de dezembro de 2013 o prazo para a protocolização dos pedidos de aprovação
desses projetos.
PROC.
Nº 2141/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/12, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que inclui
o evento Fórum Internacional Software Livre – FISL – no Anexo I da Lei
nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de
Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre
a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, e alterações
posteriores.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, nós encaminhamos à Mesa um Requerimento com a
assinatura de 12 Lideranças pedindo priorização para a votação de um Projeto
que se encontra na Ordem do Dia desde abril do corrente ano, e que promove
alterações, que é o PLCL nº 019/12, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
apresenta alteração no caput
do art. 1º da Lei Complementar nº 666, de 30 de dezembro de 2010.
O nosso Projeto, que está em condições de ser
votado, e o será na quarta-feira, estende até 31 de dezembro de 2013 o prazo
para protocolização dos pedidos de aprovação desses projetos, como está aqui
escrito na pretensão do Ver. João Bosco Vaz, e acrescenta, na discriminação das
entidades capazes de receber essa prerrogativa, uma nova situação, que é
clarear, exatamente nas áreas de Saúde, a expressão das clínicas que, hoje, em
grande parte, são disseminadas na Cidade. E não se imagina mais, especialmente
na área de diagnóstico, que se possa pensar em prevenção da saúde ou em
qualquer ação de saúde mais profunda se não se tiver com antecedência um
diagnóstico bem feito, que só é possível através dos exames adequados que as
clinicas realizam.
Evidentemente que esse nosso Projeto que, repito,
está em condições de ser votado na quarta-feira – e pretendo que seja –,
recebeu também uma Emenda do Ver. Idenir Cecchim, que também clareia melhor a
sua aplicação, incluindo as entidades assistenciais, representativas e
sindicais no rol das entidades beneficiadas. Então, acredito que esse Projeto
do Ver. João Bosco Vaz não mais faz do que repetir determinadas situações que
já estão praticamente colocadas no Projeto.
Alega o Ver. João Bosco Vaz, segundo me informa a
Diretoria Legislativa, que ele é mais limitado do que o Projeto que nós temos
condições de votar. Ora, se ele fosse maior do que o Projeto que nós temos
condições de votar, se justificaria a precedência. Como ele não é maior, ele
vai ficar dependente de aprovarmos ou não o Projeto de Lei que propusemos e que
será votado na próxima quarta-feira. Não aprovado, essa matéria poderá merecer
um segundo exame da Casa. Ainda que, no meu entendimento, se olhasse o
Regimento de forma objetiva, ele não teria condições sequer de ser admitido na
Casa, muito mais de tramitar, como tramitou e está tramitando até o presente o
momento, hoje, em 2ª Sessão. A partir daí, ele será examinado pelas Comissões,
quando, com toda certeza, será esclarecido esse particular e, muito
provavelmente – esse é o meu desejo –, seja declarada a inocuidade do Projeto
face à decisão que a matéria terá, penso eu, na próxima quarta-feira.
Era isso, Presidente Haroldo de Souza, que
queríamos colocar neste período dedicado à discussão preliminar de Pauta, e o
fizemos alertando, inclusive, desse fato, que irá ocorrer na quarta-feira,
quando haveremos de nos colocar diante de um Projeto de Lei que se encontra em
condições de votação desde abril do corrente ano. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, temos aqui um Projeto que me chamou
muito a atenção, e é preciso que ele seja discutido – não estou dizendo que sou
favorável ou contrário a ele, mas ele precisa ser discutido: é o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 019/12,
de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que altera o caput do art. 1º
da Lei Complementar nº 666, de 30 de dezembro de 2010 – que define índices de
aproveitamento para os terrenos nos quais se tenha a finalidade de implantar
projetos de reformas ou ampliações de centros esportivos, clubes, equipamentos
administrativos, hospitais, hotéis, apart-hotéis, centros de eventos, centros
comerciais, shopping centers, escolas, universidades e igrejas, e revoga
o caput e os §§ 1º e 2º do art. 9º da Lei Complementar nº 610, de 13 de
janeiro de 2009 –, estendendo até 31 de dezembro de 2013 o prazo para a
protocolização dos pedidos de aprovação desses projetos.
Bem, senhoras e senhores, esta é a Emenda nº 09,
aprovada naquela madrugada de 30 de dezembro de 2010, a Emenda que tratou da
mudança do aproveitamento dos índices construtivos para edificações com essas
características, em especial de turismo, lazer e serviços em geral. A famosa
Emenda nº 09, que, penso que para algumas situações é bem-vinda e produz
ajustes e benefícios. Mas isso tem que ser olhado como um todo, porque em
outros lugares ela produz um adensamento mais que intensivo.
Conheço situações que estão pendentes e que
precisam aproveitar melhor o espaço. Há hotéis nessa situação! Mas também há
outras zonas da Cidade que já estão superadensadas, em que não há mais lugares
para estacionamento, que há uma superocupação das ruas, dos equipamentos de
drenagem, das tubulações de esgoto e das redes de abastecimento de água, também
de energia.
Portanto, é uma Lei que têm impactos importantes;
talvez ela pudesse ser aplicada como elemento de beneficiamento e indução de
recuperação e revitalização de algumas áreas, mas eu penso que,
generalizadamente, talvez não seja uma boa, porque há bairros que estão
superadensados.
Estou discutindo a Pauta, Ver. João Antonio Dib. É
o Processo nº 1.919, que trata desse tema.
Há alguns bairros que eu penso que já não suportam
mais, estão exageradamente adensados. Há outros bairros que devem ser
preservados por suas características naturais, porque são bairros de potencial
beleza e singularidade. Agora, há outros que precisam de incentivo, esses, sim,
têm que receber o benefício; é o caso típico do 4º Distrito, da área da entrada
da Cidade, e outros.
Então, eu penso que este Projeto é bem-vindo, mas
ele tem que ser discutido a partir de critérios. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Visivelmente não temos quórum, e estamos encerrando
a Sessão.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Requerimento): Ver. Haroldo, eu solicito verificação de quórum
pelo painel.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Pois não, Ver.ª Sofia. Solicito a abertura do
painel para a verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Eu
havia dito que visivelmente não havia quórum, mas a Ver.ª Sofia Cavedon
solicitou a verificação pelo painel.
(Encerra-se a Sessão às 17h6min.)
* * * * *